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terça-feira, maio 23, 2006

Dia da Dignidade Nacional

Passado o momento, finalmente encontrei coragem de escrever sobre o evento do último domingo chamado de Dia da Dignidade Nacional. Uma convocação feita exclusivamente pela internet e, basicamente por e-mail e orkut, que chamava para as ruas de 22 cidades brasileiras, todos os cidadãos indignados com a atual situação do país.

Quando comentei em casa sobre o fato fui motivo de piada e não só aqui, no trabalho, com alguns colegas. A reação era sempre a mesma, não tinha ouvido nada então era balela ou então, pra que ir pras ruas reindivicar o mesmo de sempre se não adianta nada. Ou pior, era uma manifestação da oposição querendo acabar com o presidente, com o PT, com tudo e todos.

O movimento foi apartidário e eu fiz parte da organização - pelo menos no que se referia a divulgação por e-mail e orkut- do Rio de Janeiro. Ter trocado meu domingo de folga e ido pra passeata foi uma das melhores coisas que poderia ter feito. Motivo? A sensação de estar fazendo ou tentando fazer diferença neste mundo caótico e sem fé onde as pessoas parecem estar. E eu, particularmente, não tenho partido político, nem pessoa favorita; tenho sim meus ideais aos quais respeito e procuro algo que acredito ser bom dentro dos meus princípios. Mas acima de tudo, não julgo os outros.

Na passeata não tinha mais do que 300 pessoas mas, éramos trezentas que tinham força, garra e fé mas acima de tudo, esperança. Vontade de mudança, de exigir algo antes que seja tarde demais e principalmente, estávamos ali sim...e você, e outros, sentados no sofá de sua casa assistindo tevê e indignado com o país em que vive. Mas a indignação tem que ser mostrada, precisa ser ouvida e você em casa, reclamando com as paredes ou com quem está do seu lado adianta do quê?

O clima era pacífico, era quase que um sonho pra muitos de nós. Pessoas da minha geração, poucas mais novas e sim, muitas mais velhas, na faixa etária dos 40 até 70 anos e todas lá, querendo algo melhor. Mostrando a cara, berrando e falando e exigindo. E daí se foi pouca gente?!@


Você que não tem coragem de ir, de mostrar que é cidadão pode reclamar mas não venha falar comigo, não venha exigir algo e ficar parado. Voz é dada pra ser ouvida e não, lamuriada. E ali, todos queríamos o melhor pro Brasil, indepentende de credo, raça, religião e política.

Quero muito ir pra Londres sim mas acima de tudo, quero que o país que eu nasci e respeito, seja respeitado e se dê ao respeito. Se a baderna atual continuar no final, o que será de nós!? É caos na educação, na saúde, na segurança pública, nos governos, nos direitos e deveres do cidadão, o que há de sobrar se tudo continuar indo pra latrina?


Muitas outras passeatas devem ocorrer e aos poucos quem sabe as pessoas abram os olhos. Somos todos humanos, podemos errar e erraremos mas, persistir num erro por uma convicção boba ou capricho é burrice. Se quer mudar, mude, faça acontecer. Se quer ser somente o espectador do teatro, então chore no final mas aí será tarde.

I WANT TO BElIEVE, nunca foi tão verdadeiro e tão sério.


 
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